12/10/2021 às 13h11min - Atualizada em 12/10/2021 às 13h11min

Entrevista com Mônica Pimentel, Escritora e Professora na Educação Infantil em Espera Feliz

Especial dia das Crianças

 

Especial dia das Crianças

Entrevista com 
Mônica Pimentel, Escritora e Professora na Educação Infantil em Espera Feliz.

 

Educando Crianças Por Meio Da Literatura.
 



Mônica, você publica livros desde 2005, mas foi a partir de 2015 que sua escrita se voltou para “Literatura Infantil”. Como foi esse processo?


No ano de 2015 tomei posse no Cargo de Professora na Educação Infantil no Município de Espera Feliz (que já havia sido citado no meu primeiro livro “Minas, Eu Te Amo”). Fui trabalhar no Cmei “Os Pequeninos do Futuro” e em um primeiro momento, decidi fazer um “Diagnóstico Afetivo” da turma para qual lecionava. Esse “Diagnóstico Afetivo” aconteceu em uma “Roda de Conversa”, utilizando a “Dinâmica das Carinhas” desenhadas em bolas de soprar que eram escolhidas pelas crianças. A partir das escolhas, elas diziam o porquê se sentiam tristes, alegres ou preocupadas. Além de uma pesquisa junto à coordenação e supervisão sobre o histórico familiar dos alunos.



Então seu primeiro Livro Infantil “Maju Não Vai À Festa”, hoje trabalhado em todo o país, surgiu desse “Diagnóstico Afetivo”?


Exatamente. Percebi que uma das alunas se sentia desconfortável com seu cabelo que estava sempre preso. Decidi criar uma história, cuja protagonista fosse uma princesa negra, de cabelos cacheados e que decide não ir ao Baile, pois para isso seria necessário desfazer seus cachos. Afinal, naquele Reino todas as princesas tinham cabelos lisos (muito comum na Literatura Infantil da época). Contei essa história para a turma, um texto que retrata uma princesa empoderada, que se ama e aceita seus cachos. Na verdade, contei várias histórias que iam “ao encontro” das necessidades de cada aluno (a). Pedi autorização a mãe da criança para soltarmos o cabelo da aluna. Dessa forma, lavamos, aplicamos um creme apropriado e modelamos os cachos. A menina se sentiu representada pela “Princesa Maju” e amou a mudança que proporcionamos a ela. Se tornou uma aluna muito mais participativa, alegre e empoderada.



Como você acredita que a “Escola e o Ambiente Escolar” podem colaborar com o processo de “Empoderamento das Crianças”?


Vejo que não podemos delegar aos professores, funções que são próprias do ambiente familiar, porém, podemos associar o conteúdo a ser ensinado com “Temas Transversais” importantes. Cabe aos gestores escolares (coordenação e supervisão) deixar o professor livre para aplicar projetos previamente apresentados e aprovados;

permitir que o educador conduza com mais autonomia sua turma (se identificando com a série que escolhe trabalhar); aplicando “Projetos de Antirracismo” desde o começo do “Ano Letivo” e não apenas na “Semana da Consciência Negra”; buscando uma “Educação Afetiva” e não apenas de “conteúdo”; trabalhando a autoestima por meio da valorização da imagem pessoal, do nome, do local de nascimento, das características físicas; realizando o encaminhamento prévio para os órgãos competentes quando observadas necessidades especificas de apoio médico, psicológico e de assistência social.



Como seus livros podem ser adquiridos?


Eles podem ser baixados gratuitamente em PDF pelo Blog Educar Pequenos. A Biblioteca Maclovis Murilo Lopes possui exemplares para empréstimo e cada “Escola Municipal” também recebeu um exemplar dos Livros “Maju Não Vai À Festa”, “Um Presente Para Tito” e “Nuru”. O Livro “A Lua de Eloá” cuja protagonista é autista, também se encontra liberado em PDF. No mesmo Blog é possível encontrar um “Projeto de Antirracismo” bastante elucidativo e que pode ser aplicado facilmente.



Suas Considerações Finais


Agradeço ao Município de Espera Feliz por todo apoio recebido ao longo dos anos, bem como, aos gestores que acreditaram e acreditam na minha visão sobre a Educação Infantil e a Literatura (atualmente Vivian Viçoso na Coordenação do Cmei Os Pequeninos do Futuro e Arthur Rizzi na Supervisão). Aos colegas que atuam no campo da educação, meus parabéns! O alicerce de um bom trabalho educacional está no cotidiano da sala de aula.


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