Quem já está com o lápis e o papel de prontidão para organizar as contas do ano que vem pode ter uma surpresinha nada agradável: o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em Minas Gerais deve ficar 30% mais caro do que o pago neste ano. O percentual foi adquirido em levantamento feito pelo jornal O Tempo com os dez carros mais vendidos do país, considerando os valores da tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Segundo a pesquisa, a diferença entre o IPVA a ser pago em janeiro de 2022 e o imposto que foi pago em janeiro de 2021 varia entre 14% e 27%, dependendo do modelo do veículo. Considerando que a alíquota do imposto cobrado pela Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais (SEF-MG) é de 4% para os automóveis, o IPVA de um Gol usado pode ficar 25,49% mais caro; já o imposto de um Uno deve ser 14,56% mais caro.
O aumento é relativo à elevação dos preços dos automóveis no país devido à escassez de peças e componentes eletrônicos durante a pandemia. Vale lembrar que filas de espera para a compra de um carro novo se formaram e, consequentemente, a alta demanda elevou o preço de usados.
De acordo com o diretor da Associação dos Revendedores de Veículos no Estado de Minas Gerais (Assovemg), Flávio Maia, a grande demanda pela compra de carros seminovos tem feito o preço dos usados subirem entre 15% e 25%, algumas vezes até acima da tabela de referência (Fipe).
“Os seminovos e usados estão valorizados em um nível como nunca estiveram. Os (veículos) que custam entre R$ 25 e R$ 40 mil são os mais procurados e é exatamente esse perfil de veículo que subiu em 2021. Alguns modelos tiveram pico de 35% de aumento no valor nesse ano. Ano que vem, o IPVA deve ser 30% maior do que foi pago ano passado, porque o preço do carro, em média, subiu esse percentual no mercado”, diz.
Segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, o valor médio dos veículos no país aumentou 24,9% nos últimos 12 meses, entre outubro de 2020 e setembro deste ano. Os carros zero tiveram aumento de 20,72% no mesmo período, enquanto os veículos usados ficaram, em média, 30,25% mais caros.
De acordo com a SEF-MG, a cobrança do IPVA de carros usados em Minas Gerais é baseada no valor venal do veículo, de acordo com o preço médio praticado no mercado, no final do exercício anterior ao da cobrança. “Desde o IPVA do exercício 2008, essa cotação é realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com supervisão dos técnicos da SEF/MG”, diz. No caso dos veículos novos, a base de cálculo do imposto é o preço total que consta na nota fiscal de venda.