02/10/2023 às 10h22min - Atualizada em 02/10/2023 às 10h22min

Com Indicação Geográfica, café do Caparaó alia tradição e inovação para fortalecer o negócio

Inovação & Tecnologia

Agência Sebrae

Produto da região que faz divisa entre Minas Gerais e Espírito é um dos 13 cafés com IG do país a serem expostos no Congresso de Inovação, em São Paulo.

Para que um produto seja reconhecido por sua qualidade baseada na origem e conquiste uma Indicação Geográfica (IG), é necessária uma mudança de mentalidade coletiva dos produtores de uma região, que geralmente vem acompanhada de muita organização e trabalho. Mas outro ingrediente poderoso deverá ser acrescido a essa receita de sucesso: a inovação.

 

“Toda vez que associamos a IG com ações de inteligência e inovação, ficamos muito felizes. Não é apenas uma questão de organização territorial, mas uma forma do produtor participar ativamente da proteção da sua identidade”, comenta a diretora presidente da Associação de Produtores de Cafés Especiais do Caparaó (APEC), Cecilia Nakao. A gestora da Indicação Geográfica de Caparaó confia na tecnologia para melhorar o processo de registro das safras de café, que hoje é “rústico” e ainda se baseia em planilhas Excel. “Com o advento do plataforma digital das IG, teremos a oportunidade de inserir esses produtores em um projeto muito valioso, de inserir seus dados, ter a garantia de origem de seus lotes”, acrescenta.

Na visão de Cecília, a adoção dessa ferramenta será mais um passo na consolidação do café do Caparaó – especialmente o Parque Nacional do Caparaó –, localizado na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A cafeicultura se confunde com a história dos agricultores locais, que mantiveram a atividade familiar ao longo do tempo. Por já ser uma tradição nas montanhas da região, as mudanças não vieram de uma vez, pois muitos cafeicultores demoraram a enxergar o enorme potencial para ir além e colocar o grão no mapa das IG nacionais.

"A mentalidade vem mudando. Os produtores que vêm trabalhando com café de qualidade, junto com a nossa associação, têm um protagonismo tão grande e uma possibilidade maior de sucessão familiar. Os jovens estão gostando de trabalhar com os pais na lavoura, eles vão vendo essa experiência exitosa da família e estão ajudando os pais a entrarem nesse mundo digital", disse Cecilia.

Pela segunda edição consecutiva, o grão extraído da cafeicultura do Caparaó foi exposto, junto com as outras 12 IG de café do Brasil, no Congresso Internacional de Inovação da Indústria, em São Paulo. Para Cecília Nakao, o evento é uma vitrine e mantém aberta a perspectiva de novos compradores, networking e, claro, oportunidades de aprendizado.
Para a analista de Inovação do Sebrae Hulda Giesbrecht, o evento na capital paulista é uma oportunidade de divulgação e de negócios para os cafeicultores, principalmente os que trabalham com IG, que já estão incorporando em seu DNA o gene da inovação.

"São empreendedores que já estão aplicando, na prática, práticas com o propósito de qualificar a produção, ao mesmo tempo em que protegem a região onde se planta o café. Esse reconhecimento da IG agrega valor ao que é comercializado e possibilita o acesso a novos mercados e espaços, como o Congresso de Inovação, por exemplo", completou Hulda Giesbrecht, analista de Inovação do Sebrae.




 


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