“A ideia é conquistar o mundo! Estamos trabalhando, nos aperfeiçoando e investindo para isso. A gente quer ter uma marca conhecida pela qualidade e por ser feita com carinho, amor e gosto!”. A afirmação é da agricultora familiar, Tatiane Rabelo, da comunidade de Conceição, em Carangola, na região das Matas de Minas. A dedicação da família aos cafés especiais começou em 2017 quando conquistaram o segundo lugar em um concurso de qualidade realizado em Portugal.
A pontuação de 85,5 na escala SCA (Associação de Cafés Especiais, sigla em inglês) os surpreendeu e incentivou a seguir o caminho da qualidade investindo principalmente nos processos de colheita e pós-colheita. “Acredito que esse seja o caminho para o pequeno produtor, focar na qualidade”.
A propriedade da família foi herdada pelo marido de Tatiane, Jonas Batista Rabelo. Ele contou que foi criado na cafeicultura e o prêmio foi a injeção de ânimo de que ele precisava para seguir na atividade com confiança. A produção de cafés especiais uniu ainda mais a família, que trabalha junto em todas as etapas de produção.
“A gente vê esse problema de o jovem querer sair da comunidade para buscar outro tipo de trabalho e estudo, mas nós incluímos nossos filhos e eles se sentem úteis, criaram amor pela terra. E ficam orgulhosos com o reconhecimento das pessoas e do retorno financeiro”, comentou Tatiane.
“Ter o prazer de ver a família toda envolvida e vê-los felizes com o que estamos construindo me empolga! Tenho certeza de que eles vão dar prosseguimento no que estamos fazendo e vão ter um futuro ainda melhor”, completou Jonas.
Formação
No caminho para a excelência, Tatiana e a família já participaram de diversas capacitações do Sistema Faemg Senar realizadas por meio do Sindicato dos Produtores Rurais da Comarca de Carangola.
“Para mim café era só na garrafa. O que eu faço hoje, aprendi com o meu marido e com os cursos de Sistema Faemg Senar que colocam grandes profissionais à nossa disposição. A minha visão de empreendedorismo, aperfeiçoamento e melhora vem desses treinamentos”, explicou Tatiane.
Ela contou que incentiva o filho Gabriel Rabelo, de 18 anos, a participar das capacitações para que ele prepare seu “futuro e independência na agricultura”.
No que depender de Gabriel, a sucessão familiar está garantida! O jovem contou que pretende seguir na produção de cafés especiais e aprimorar os negócios. “Já fiz cursos de Classificação e Degustação de Café, Barista, Sucessão no Campo e vou fazer muitos outros”, afirmou.
Desde 2020 a família Rabelo é atendida pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial ATeG Café+Forte, do Sistema Faemg Senar. O acompanhamento do técnico de campo, Igor Peron, está promovendo mudanças positivas na propriedade como o aumento da produtividade que passou de 30 para 40 sacas por hectare.
“Com o ATeG eu aprendi a conhecer a planta e saber o que ela precisa para produzir melhor”, contou Jonas. O produtor explicou que com a orientação técnica ele renovou lavouras e plantou 3800 cultivares das variedades Arara, Catucaí 2SL e Paraíso MG 2.
“O foco inicial foi ajustar os tratos culturais como adubação via solo e foliar, com finalidade de melhorar o potencial produtivo. Na safra 21/22 os resultados foram excelentes e o preço médio de venda da saca foi de R$1.230,00”, pontuou o técnico de campo.
“O programa ATeG tem nos feito economizar na produção, ter atenção à administração que a gente não tinha antes, e avaliar em que vale a pena investir”, disse Tatiane.
Café Rabelo (@caferabelo)
A marca de café torrado e moído da família é uma homenagem ao sobrenome do patriarca e a todas as gerações que trabalharam na cafeicultura.
O produto é beneficiado no torrador da comunidade e embalado em família.
A comercialização é feita em Carangola e região e pela internet. O café também já chegou a Juiz de Fora e ao Rio de Janeiro. “O melhor incentivo é ver as pessoas provando o seu café e falando que é bom”, destacou Jonas.