Em pleno inverno, o desfalque nas prateleiras evidencia uma espécie de apagão de remédios e insumos pelo país. Além de antibióticos, faltam itens indispensáveis ao Sistema Único de Saúde (SUS) e listados na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) 2022, como o antibiótico amoxicilina, e dipirona, aliada de primeira hora no combate a dores e febre. Tanto o Ministério da Saúde quanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já admitem risco de desabastecimento de medicamentos no mercado.
Há pelo menos dois meses, farmácias e unidades básicas de saúde do país tem enfrentado um apagão de alguns remédios, como dipirona, antibióticos, soro e diuréticos.
Como consequência da ausência de medicamentos, há um aumento nos preços dos itens.
Motivos para o desabastecimento de medicamentos
De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), o desabastecimento é causado por diversos fatores, entre eles, a descontinuidade da produção de alguns fármacos pela indústria para priorizar medicamentos com maior demanda gerada pela pandemia de covid-19 e falta de matéria-prima, em decorrência da guerra na Ucrânia e do lockdown na China, que impacta tanto a fabricação do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), quanto a chegada ao país dos estoques já adquiridos, parados na origem pelo fechamento dos portos chineses.
O aumento do petróleo também está atrelado ao problema já que a fabricação das embalagens dos remédios utiliza derivados do produto.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já se manifestou sobre o assunto na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado na semana passada. “Estamos com dificuldade de IFA de dipirona, o que é inaceitável” disse Queiroga.
Em entrevista ao Globo, o Ministério da Saúde confirmou que articula junto à Anvisa medidas para reverter a situação A pasta informou que “trabalha sem medir esforços para manter a rede de saúde abastecida com todos os medicamentos ofertados pelos SUS”.