O analista lembrou que fundos de investimento chegaram a ter saldo vendido de 60 mil contratos em maio na Bolsa de Nova York e que esse nível diminuiu para menos de 20 mil contratos. “Os preços tiveram recuperação a partir de maio. Um fator importantíssimo foi o inverno brasileiro e o medo da geada. Quando começaram as notícias de temperaturas baixas no Brasil, tivemos um incremento no preço de café”, disse o analista.
Ele ponderou, contudo, que, quando a geada de fato se concretizou, os preços recuaram. “Teve geada nas regiões de café. É difícil estimar o tamanho do dano. Só vamos ter uma ideia real do dano a partir da florada”, explicou. “Mas essa geada aconteceu e, um dia depois, tivemos queda de 470 pontos no preço de café. O mercado fez muito alarde com geada e frio e esperava danos maiores, enquanto os dados preliminares mostraram que o dano não foi tão grande, o mercado reagiu com baixa.”
Segundo o analista, o excedente de produção no mundo tem pesado sobre os preços. Maximiliano lembrou que o Brasil, mesmo em ano de bienalidade negativa, deve produzir acima de 50 milhões de sacas – a estimativa da FCStone é de 53 milhões de sacas. “É um ano de bienalidade negativa e tem muito café.” No Vietnã, a expectativa é de que seja o segundo ano de recorde de produção, enquanto na Colômbia a renovação dos cafezais vem alimentando bons resultados nos últimos anos.
O analista lembrou que os estoques na ICE, no nível de 2,38 milhões de sacas em junho, são confortáveis. “Não é o maior nível histórico de estoque, mas é um volume elevado”, ponderou. Ele destacou que, por enquanto, a demanda tem sido insuficiente para absorver o excedente de produção. Segundo o analista, o consumo na Europa e nos EUA não tem expectativa de mudança muito grande em termos de volume, enquanto na China há grande perspectiva de crescimento, mas o consumo per capita ainda é pequeno.