22/06/2022 às 11h36min - Atualizada em 22/06/2022 às 11h36min
Cemig vai reajustar tarifas de energia a partir desta quarta
Veja os valores
Fonte: O Tempo
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a Cemig a reajustar suas tarifas de energia. A companhia é responsável pelo fornecimento em 774 municípios de Minas Gerais, atendendo cerca de 8,8 milhões de pessoas.
Conforme a Aneel, o aumento para consumidores residenciais será de 5,22%. No reajuste para clientes de alta tensão, como indústria e grandes comércios, o percentual aprovado foi de 14,31%.
Já para sistemas de baixa tensão, como iluminação pública e sistemas agropecuários, lojas e edifícios comerciais, o índice ficou em 6,23%. O efeito médio para consumidores em geral será de 8,80%, informou a Aneel.
O reajuste entra em vigor a partir desta quarta-feira (22 de junho). Em nota, a Cemig afirmou que o aumento no preço da conta de luz vai ocorrer após dois anos sem reajustes. Ainda conforme a companhia, apenas 23,1% do valor cobrado na tarifa é repassado à empresa.
O montante referente aos 76,9% são distribuídos em tributos pagos aos governos estadual e federal, compra de energia, encargos para linhas de transmissão e receitas irrecuperáveis.
"Os impostos arrecadados na tarifa de energia, como taxa de iluminação pública, ICMS, PIS e Cofins são repassados integralmente para as prefeituras, Governo Estadual e Governo Federal", argumenta a Cemig.
Impactos
O professor do curso de economia do Ibmec-BH Hélio Berni afirmou que o reajuste nas tarifas de energia é mais um golpe ao orçamento das famílias em 2022. "Não está sendo um ano muito fácil. Aumento no preço de alimentos, cesta básica subindo, combustível subindo e esse reajuste da energia já era esperado e mais um item para compor o processo de deterioração do poder de compra das famílias, frisa.
O docente explica que com a inflação, o poder de barganha dos consumidores para tentar obter ganhos salariais acaba reduzido, inviabilizando incrementos no orçamento para fazer frente à alta de preços. Berni explica, ainda, que além do consumo residencial, os consumidores também vão arcar com os gastos adicionais de energia na indústria e no comércio.
"As famílias vão ser impactadas de duas maneiras. Diretamente porque a conta vai chegar mais cara em casa, e indiretamente porque vai ter um repasse das empresas. Normalmente, esse repasse está relacionado ao grau de essencialidade da mercadoria. Se é serviço de saúde, itens de alimentação, a empresa vai tentar repassar o máximo que puder", analisa.
Economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio/MG), Guilherme Almeida afirmou que o comércio vai notar o reajuste com o aumento na matriz de custos, mas pode registrar queda nas vendas com o comprometimento maior da renda da população.
Ele acredita que o repasse de custos pode não ocorrer de forma imediata. "Isso porque, apesar do aumento de custos ao empresário, o ambiente competitivo e as condições econômicas ainda em recuperação, fazem com que a cadeia produtiva, especialmente o comércio, absorva boa parcela dos aumentos, reduzindo suas margens", afirma.
Almeida ainda sugere que, frente mais um aumento, a população redobre a atenção ao orçamento. "O planejamento orçamentário é recomendado em todas as situações, tornando-se fundamental em períodos de aperto. Não conseguimos controlar aquilo que não conhecemos, por isso, fazer um planejamento, contemplando receitas e despesas, além dos compromissos financeiros já contratados (dívidas) é essencial para tomada de qualquer decisão", acrescentou.