Pagamento é escalonado até dia 31, conforme o Número de Identificação Social (NIS). Somente em 2021, botijão subiu quase 37%.
Até o próximo dia 31, mais de 477 mil famílias em Minas devem receber a primeira parcela do Auxílio Gás, no valor de R$ 52, 50% da média do preço do botijão de 13kg de gás liquefeito de petróleo (GLP).
O valor será depositado na conta da Caixa de famílias inscritas no Cadastro Único com renda per capita menor ou igual a meio salário mínimo e integrantes do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Regulamentado em dezembro de 2021 e previsto para os próximos cinco anos, o auxílio busca oferecer um pequeno alívio para famílias pobres, bastante impactadas pela subida de preço do botijão de gás de cozinha – um aumento de quase 37% no ano passado. Os moradores das cidades atingidas pelas chuvas receberam os valores de forma antecipada, enquanto as outras serão beneficiadas de forma escalonada, conforme Número de Identificação Social (NIS).
Professor de Economia da PUC Minas, Frederico Sande Viana acredita que o valor, embora pareça pequeno, vai servir de alívio a muitas famílias impactadas pela pandemia e pela crise econômica. “O impacto disso na economia é pequeno, mas nessa altura do campeonato, qualquer transferência de renda mitiga um pouco o drama que essas famílias estão vivendo”, afirma. “Cinquenta reais parece pouco para quem ganha R$ 5.000, mas faz toda diferença para quem tem apenas R$ 500”.
Por outro lado, o especialista explica que programas sociais são mais eficientes quando estão concentrados em uma ação mais coordenada, com critérios mais simplificados. “É preferível ter um benefício, que seja Auxílio Brasil ou Bolsa Família, mas que pudesse ser bem focado, realizado de maneira constante. Algo menos abrangente, mais focado em quem realmente precisa e mais perene, dentro do orçamento, para não ter impacto em uma incerteza fiscal”.
Aumento do gás impacta os mais pobres
O economista Feliciano Abreu, que é coordenador do site Mercado Mineiro, explica que a alta nos preços do botijão de cozinha afeta muito mais as camadas mais pobres da sociedade. O preço para quem recebe o produto em casa é, em média, R$ 112. “A família de baixa renda é a que mais consome o botijão, porque ela faz o café da manhã, o almoço, o jantar, a marmita, e tem vários filhos dentro de casa”, diz.
Para ele, a baixa concorrência no setor também impacta os mais pobres. “É muito difícil manter um depósito, porque você precisa de um espaço físico muito grande e normalmente a margem é muito apertada para o dono do negócio”.
O Tempo