Dois dos três acusados de envolvimento no latrocínio (roubo seguido de morte), do Padre Adriano da Silva Barros, 36 anos, foram condenados pela Justiça da Comarca de Manhumirim. O crime ocorreu em outubro de 2020. Um dos envolvidos, de nome Geovane, considerado o executor do clérigo, foi condenado a 36 anos de prisão e o outro, João Paulo, suspeito de conduzir o veículo do padre para a cidade de Duque de Caxias (RJ) a 31 anos de prisão. O terceiro envolvido, conhecido como Rafael, continua foragido.
O ex- delegado de Polícia Civil de Manhumirim, Dr. Glaydson de Souza, que conduziu as investigações na época, salienta que foi um trabalho extenuante de investigação que envolveu a as delegacias de Polícia Civil de Manhumirim e Manhuaçu, onde, inicialmente o executor teria contado uma versão que não se sustentou durante as investigações.
“Conforme a primeira versão dele, seria um caso típico de homicídio. Entretanto, verificamos que a motivação estava ligada a uma suposta dívida relacionada ao tráfico de drogas na cidade do Rio de Janeiro e esse seria o fator motivador para ceifar a vida do padre Adriano, com o objetivo de facilitar a subtração do veículo que seria vendido no Rio de Janeiro. A Polícia Civil se fez presente na cidade do Rio de Janeiro, prendendo um dos investigados e recuperando o automóvel e, posteriormente, recuperando o celular do padre que estava em posse de um dos irmãos dos investigados. Até onde temos notícias eles se encontram presos, salvo melhor juízo ainda cabe recurso por parte da defesa, mas acredito que foi uma sentença justa considerando a gravidade do crime, “, enfatizou o Delegado de Polícia Civil, Dr. Glaydson de Souza.
Relembre o caso
O corpo do Padre Adriano foi localizado na noite do dia 14 de outubro de 2020, carbonizado e com sinais de perfurações por faca, em Manhumirim, onde o religioso vivia. Horas antes, policiais militares haviam abordado dois jovens na mesma região. Um deles estava visivelmente nervoso e com um machucado. Depois que o corpo do padre foi encontrado, a polícia foi à casa do rapaz e o conduziu ao quartel, onde ele confessou o crime. O Padre Adriano estava sumido desde o começo do dia 13 de outubro, quando foi visto pela irmã. Ele era vigário na Paróquia São Simão, de Simonésia. O desaparecimento do sacerdote mobilizou toda a região.
Danilo Alves – Tribuna do Leste