Liderada por pesquisadores da Northwestern University nos Estados Unidos e publicada recentemente pela revista Nutrients, a pesquisa “Dietary Behaviors and Incident COVID-19 in the UK Biobank”, em português “Comportamentos dietéticos e incidentes COVID-19 no biobanco do Reino Unido”, apontou redução de 10% no risco de contaminação pelo Coronavírus por pessoas que consomem uma ou mais xícaras de café por dia.
“Muitas pesquisas têm se concentrado na caracterização de indivíduos com teste positivo para COVID-19 e na progressão e resultados da infecção. Indivíduos com sistema imunológico suprimido, como idosos e aqueles com comorbidades existentes, incluindo doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes e obesidade, são mais propensos a sofrer com a progressão para resultados graves de COVID-19”, diz o estudo.
Os pesquisadores exploraram recentemente uma variedade de fatores de risco para a incidência, gravidade e mortalidade de COVID-19. Os dados foram coletados em uma comunidade espanhola de 913 voluntários com idade entre 75–90 anos. Sessenta e dois casos relataram sintomas compatíveis com COVID-19; 6 deles morreram. Alto consumo de álcool e menor consumo de café e chá foram associados à gravidade da doença; outros comportamentos alimentares não foram considerados.
Os dados apresentados chamam a atenção uma vez que “consumir mais café, vegetais e ser amamentado, bem como consumir menos ingestão de carne processada, foram independentemente associados a menores chances de positividade para COVID-19”, revelam os pesquisadores.
10% menos chances
No UKB (UKB Biobank é um recurso internacional de saúde com mais de 500.000 participantes com idades entre 37-73 anos em 22 centros em toda a Inglaterra, País de Gales e Escócia), o consumo habitual de uma ou mais xícaras de café por dia foi associado a uma redução de cerca de 10% no risco de COVID-19 em comparação com menos de uma xícara / dia.
“O café não é apenas uma fonte importante de cafeína, mas contribui com dezenas de outrosconstituintes; incluindo muitos importantes para imunidade. Entre muitas populações, o café é o principal contribuinte para a ingestão total de polifenóis, em particular os ácidos fenólicos. Café, cafeína e polifenóis têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias”, destaca o estudo.
Café tem ação antiinflamatória importante
Para os pesquisadores, “o consumo de café se correlaciona favoravelmente com biomarcadores inflamatórios, como PCR, interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral α (TNF-α), que são também associados contra a gravidade e a mortalidade de COVID-19. O consumo de café também foi associado a um menor risco de pneumonia em idosos. Tomados em conjunto, um efeito imunoprotetor do café contra COVID-19 é plausível e merece investigação adicional”, sugerem os estudiosos.
Fonte: Comunicação CNC