04/03/2021 às 15h41min - Atualizada em 04/03/2021 às 15h41min

Mais de 360 processos danificados durante a enchente em Carangola passam por recuperação

Diagnóstico, lavagem e secagem

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) divulgou que tem feito trabalho de recuperação de 361 processos danificados durante fortes chuvas em Carangola. De acordo com o órgão, a ação consiste na retirada da lama deixada e na restauração individual de cada página.
 

Por causa da enxurrada, registrada durante o mês de fevereiro, o município teve cerca de 3 mil desabrigados e mais de 50 desalojados. O abastecimento de água também foi comprometido e a Prefeitura ainda realiza obras para normalizar a situação.
 

Atualmente, o trabalho de recuperação é feito pela Gerência de Arquivo e Gestão Documental da 2ª Instância de Documentos Eletrônicos e Permanentes (Gedoc), que está vinculado à Diretoria Executiva de Gestão da Informação Documental (Dirged), da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef).


Segundo a Justiça, os processos foram encaminhadas para o galpão da Gedoc, no Bairro Cincão, em Contagem.


Conforme o TJMG, a recuperação consiste em três etapas: diagnóstico, lavagem e secagem. Ao dar entrada no local, os profissionais da Gedoc, normalmente formados em arquivologia e restauração, fazem uma seleção dos casos mais graves, que precisam ir para uma espécie de "CTI" e após as informações colhidas, o processo é iniciado e finalizado.



“Importante lembrar que não usamos nenhum produto químico e não deixamos que o material danificado seja exposto ao sol. Tudo é feito manualmente e com muito cuidado para que o processo seja total ou parcialmente recuperado e possa voltar para a comarca de origem”, contou a gerente responsável pela Gedoc, Simone Meireles.



De acordo com o 2º vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, desembargador Tiago Pinto, é fundamental adotar medidas preventivas para não ocorrer perdas e, sobretudo, haver dentro do TJMG um departamento especializado na recuperação de processos que ainda não foram virtualizados.



"Os processos em papel vão deixar de existir em um futuro próximo, mas temos que preservar os processos históricos e ter capacidade de recuperar processos que venham a ser danificados por intempéries da natureza, como infelizmente ocorreu em Carangola", ponderou.


Apesar das orientações da Justiça de como proteger os materiais, o diretor do foro de Carangola, juiz Diego Lavendoski , explicou que a "chuva que caiu na cidade foi muito intensa e para piorar, ocorreu uma tromba d’água que inundou rapidamente o fórum. Os processos e documentos físicos estavam no alto de estantes e mesas, mas a força da água derrubou tudo", lamentou.


No ano passado, cerca de 40 mil itens chegaram ao galpão da Gedoc em Contagem com danos causados pela ação das chuvas em Minas Gerais.

Rede Caparaó


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