Um dos símbolos da agroecologia na Região do Caparaó, quase foi totalmente destruído por um incêndio em Alegre. As chamas, que começaram na última sexta-feira (11) e perduraram até o dia seguinte, consumiram 30 hectares de uma área reflorestada no Sítio Jaqueira. A instituição agora tenta se reerguer e pede ajuda da população em uma vaquinha virtual.
O fogo consumiu cerca de 90% da área que possuía árvores nativas. Com o uso de abafadores, bombeiros e muitos voluntários de diversos órgãos atuaram para conter as chamas no terreno íngreme, um trabalho que levou mais de seis horas.
O Sítio Jaqueira é uma instituição informal de educação ambiental e capacitação em "plantio de água", agroecologia e sistema agroflorestal. Cláudia Meira cuida do local ao lado do marido, Newton Carlos. Segundo ela, nos 37 anos de atuação da unidade esta é a 9ª vez que um incêndio atinge o sítio.
“Há cerca de 11 anos não havia um incêndio aqui. Todos os anos, fazemos o aceiro no entorno da propriedade (técnica para evitar a entrada do fogo no terreno) e é feito com recursos próprios. Desta vez, somente conseguimos salvar a parte mais baixa, da agroindústria. Na minha casa, o fogo chegou a cerca de 20 metros. Foi desesperador, não sabia se corria, se chorava, se pagava os documentos, afastei o carro e subi para apagar o incêndio novamente”, relembra Cláudia.
AJUDA
O vento forte ajudou a propagar as chamas, que consumiram também boa parte da área de mata ciliar e deixou exposta a nascente da propriedade. Após a tragédia, a prioridade é reflorestar a área para proteger a nascente, já que ela abastece 6 casas na região. Além disso, será preciso contratar mão de obra, adquirir novo encanamento e caixas d’água.
Para conseguir recursos para esta etapa emergencial, uma vaquinha virtual foi aberta para arrecadar fundos. “Teremos que refazer a cerca da divisa, para impedir que o gado vizinho acesse a propriedade. Outra ação rápida é a recarga da nascente, que com a área queimada, há o risco das cinzas e plantação queimada ser levada com uma chuva, por exemplo, e assorear a nascente”, explica Cláudia Meira.
A ambientalista e moradora do sítio conta que já recebeu o apoio da população e de empresas, para o reflorestamento. Além disso, pessoas se prontificaram a ajudar em mutirões de trabalho. Alunos do curso de biologia da Universidade Federal do Espírito Santo contribuíram para salvar os animais que habitavam a mata destruída.